Aprendizagem e Escolarização

A princípio pensar na integração

Assim como um responsável de criança atípica a leva ao médico e às terapias visando ofertar possibilidades para o desenvolvimento de suas capacidades considerar  levar essa criança à escola

É saber que existe um espaço que pode ofertar mais algumas opções na busca de evitar ou diminuir déficit cognitivo, sensorial, motor, social e comunicativo. Considerando sempre as fases de desenvolvimento da criança, o tempo de maturação das estruturas orgânicas e psíquicas que favorecem a constituição do sujeito o que lhe será ofertado certamente lhe proporcionará melhor qualidade de vida. 

A escola com um bom programa de trabalho individualizado agrega muitos benefícios à essa criança, seus familiares e toda a comunidade local.  Sim! Não ganha somente a criança quando há um trabalho consistente referente à inclusão. Todos que permeiam esse espaço e o processo de integração ganham, também.  A começar pelo respeito às diferenças e muitos outros quesitos que automaticamente vão  ampliando esse processo para a construção de uma sociedade melhor.

Em algumas regiões do Brasil torna-se uma importante forma de garantir esse progresso por ser um dos poucos meios de acesso dessa criança a algum tipo de oferta estimuladora.

De fato existe uma enorme lacuna entre as diversas leis que garantem acesso e permanência de crianças atípicas, os desejos dos pais, os ideais educacionais e a realidade dentro da escola. A conversa é extensa e requer muitas considerações. Entretanto, o fato é que promover a integração é um dos meios de mudança do meio social em  que vivemos.

A educação inclusiva tem como princípio fundamental a integração. Tem o dever de apoiar, complementar, dar condições de progresso à criança e promover as suas potencialidades.

Atualmente perpassa pelas conversas em mídias sociais e afins o termo “capacitismo”  um conceito novo que aborda a relação de discriminação de grupos minoritários caracterizados como segmentos sociais, étnicos, gêneros ou outros que , possuem baixa representação política , social, econômica.

Grosso modo, o capacitismo significa discriminação de pessoas com deficiência. Sua tradução para o inglês é ableism. Pela Wikipédia “ableismo é discriminação a favor de pessoas sem deficiência”.Entre outros detalhes…

Para quebrar esse preconceito é preciso ação.  Toda e qualquer ação de combate a discriminação e opressão, mas também à acessibilidade e falta  de  um  olhar  plural

Famílias que optaram por seguir o caminho da integração e inclusão certamente trilham um caminho árduo com inúmeras barreiras. Mesmo com objetivo único de benfeitoria de seu filho ou filha, no geral, lutam e muito, pela quebra de estigmas e preconceitos.

A ABRE-TE tem apoiado essas famílias e as instituições de ensino. Os serviços prestados compreendem orientações e acompanhamento na elaboração do Plano de Trabalho Individual para crianças com síndrome de Rett.; apresentações de diferentes materiais pedagógicos que possibilitam o manuseio por parte da criança considerando sua estereotipia; orientações na coleta de evidências para avaliações do processo com foco no percurso, no replanejamento, visando o alcance dos objetivos e metas estabelecidas no plano de trabalho individual para que tenham  consistência, permanência e sucesso em seu processo e conclusão. Entre outras. Nossa instituição compreende que a assessoria faz-se necessária para dinamizar, através de elucidações de práticas didáticas, as possibilidades para o trabalho educativo destinado à criança com Síndrome de Rett.

As propostas apresentadas na assessoria foram testadas, reajustadas e validadas considerando os percalços na aplicação do trabalho com  crianças atípicas. Algumas especificamente para crianças portadoras da Sindrome de Rett e outras com características similares.  São propostas apresentadas como um meio de trabalho a ser adaptado à realidade local.

A ABRE- TE se dispõe , através de contato direto, prestar os serviços de assessoria à educadores, cuidadores, estudantes de áreas afins, pedagogos, psicólogos, pais e instituições de ensino que almejam desenvolver um trabalho consistente para atender os aspectos do processo educativo da criança com Síndrome de Rett.

O que é educação?

  1. Aplicação de métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano: pedagogia,didática, ensino.

                                                                           Oxford Languages

Referenciais bibliográficos:

ROSS, Paulo Ricardo. Pressupostos da integração: Integração frente à realidade educacional. Anais do III Congresso Ibero-Americano de Educação Especial, volume 3. Foz do Iguaçu – PR: Qualidade, p. 239-43, 1998.

https://en.wikipedia.org/wiki/Ableism acesso em 08.07.2021

https://languages.oup.com/google-dictionary-pt

Que pilares sustentam o trabalho escolar para a criança com Sindrome de Rett?

A oferta de educação dever constitucional do Estado, tem início na faixa  etária de   0 a 6 anos.  Evidente que na maior parte deste período os pais estão pensando de fato em ajustar suas vidas e o que ofertar para iniciar a ajuda ao seu filho ou filha atípica. Geralmente a busca está centrada no nível médico e terapêutico.

O acesso aos aspectos educativos passa a ser motivo de conversa por volta dos três anos para algumas famílias e, para outras esta conversa fica adiada por um período mais adiante. O fato é que existem leis gerais, a Constituição, por exemplo, e leis  especificas como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação  ( 1996), a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência  – Estatuto da Pessoa com Deficiência—   2015 e diversas resoluções que alinham e garantem esses direitos. Não é objeto aqui de discussões pormenorizadas, mas, o fundamental é saber que a criança com Síndrome de Rett bem como, todas as crianças atípicas tem direitos garantidos em leis, decretos e resoluções que notificam a sociedade a integrar essas crianças nos ambientes educativos.  Conhecer para monitorar e cobrar esses direitos é um dever da família. Existem serviços na ABRE-TE no campo jurídico e educacional que assessoram os familiares na busca de garantir e efetivar esses direitos.

A garantia dos direitos aqui supracitados implica, dentre outros fatores, um redimensionamento da escola no que consiste não somente na aceitação, mas também na valorização das diferenças. 

A escola inclusiva é aquela que abre espaço para todas as crianças, incluindo as que apresentam necessidades especiais. No convívio com todos os alunos, a criança com deficiência deixa de ser “segregada” e sua acolhida pode contribuir muito para a construção de uma visão inclusiva. A importância da convivência entre crianças portadoras e as outras que não têm nenhuma deficiência se dá na possibilidade de aprender com as diferenças e se preparar para a vida em sociedade. 

O planejamento envolvendo todos os aspectos do espaço escolar  visa garantir que o processo de inclusão possa fluir da melhor maneira . É de responsabilidade da equipe diretiva – formada pelo diretor, coordenador pedagógico, orientador e vice-diretor, quando houver. Portanto, é importante que cada ação seja pensada com responsabilidade e compromisso.

Permeiam todos os campos onde ocorrerão atuações no atendimento da criança atípica as orientações. Conversas constantes com o intuito de alinhamento dos trabalhos e ações em parcerias são meias de agilidade no processo de atuação para com a criança atípica.  

O plano educacional individualizado (PEI) é um instrumento de planejamento e acompanhamento do processo de aprendizagem e desenvolvimento de estudantes com deficiência. É o principal referencial das ações educativas. Diversos autores especificam a importância deste documento e diferentes modelos para sua elaboração. Este documento  trabalha com o que o educando já alcançou e o que ainda necessita alcançar. O principal foco é a busca em desenvolver os  potenciais ainda não alcançados. É o ponto de partida e por sua relevância deve ser elaborado e apresentado aos familiares responsáveis pela criança atípica com o intuito de consolidação de um trabalho em parceria.

Os desafios da educação inclusiva são muitos. No entanto, os benefícios são para além do campo individual. Reflete e altera a visão e o comportamento da de todos que estão envolvidos direta ou indiretamente.

Mas, para que isso efetivamente aconteça, é preciso que as escolas assegurem uma educação de qualidade e eliminem qualquer tipo de prática excludente.

Se a escola sabendo dos diretos não proporcionam esse acesso compete à família ir em  busca dessa garantia.

As famílias, além de informações, precisam aumentar sua competência para acessar os recursos existentes e oportunizar que a criança com síndrome de Rett seja escolarizada na perspectiva da educação intregralista, dito aqui como uma educação que oportuniza e que considera que  todas as pessoas são capazes de aprender, em diferentes lugares, com diferentes pessoas e ao longo de toda a vida. Considerando os percalços e problemas como fatores comuns ao processo. Contradizendo as premissas que valorizam e ampliam  as barreiras no intuito de impedimento do que já se tem por direito da criança com Sindrome de Rett.

Referenciais bibliográficos:

BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013

UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades 24 Educativas Especiais. Brasília: CORDE, 1994

https://diversa.org.br/artigos/educacao-integral-e-inclusiva-escolas-e-cidades-para-todas-e-todosacesso em 07.07.2021

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