Musicoterapia

Desde a descrição da Síndrome de Rett, o Dr. Andreas Rett já se referia à música como importante meio de intervenção terapêutica a essas pacientes. Mas é necessário diferenciar o uso da música enquanto lazer e prazer, e o uso da música enquanto intervenção terapêutica.

Pacientes com Síndrome de Rett manifestam grande interesse por música por meio do olhar, de sorrisos e risadas, e de atenção mais constante. Por isso, a Musicoterapia se torna importante aliada aos objetivos das outras terapias (Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Pedagogia), pois invoca a motivação e o interesse.

A partir da anamnese sonoro-musical e da observação da criança, o musicoterapeuta desenvolve estratégias para:

– Evocar respostas sonoras corporais específicas (bater palmas, emitir sons…).

– Desenvolver habilidades audiomotoras com aumento de tônus muscular.

– Estimular e desenvolver os sentidos auditivos e táteis pela audição de músicas e pela vibração de instrumento.

– Desenvolver a criatividade, a liberdade de expressão, a espontaneidade e a capacidade lúdica da paciente.

– Melhorar a atenção e a memória pela via musical

Sabemos que a música tem caráter de valor e destaque na SR. Com ela estimulamos os sentidos dessas pessoas, produzindo respostas motoras, visuais, afetivas e táteis. A Musicoterapia é uma modalidade terapêutica que auxilia a abertura e melhoria das capacidades comunicativas, além de acalmar o paciente, quando necessário.
Como a música é algo de fácil acesso, é importante ressaltar aos familiares e aos profissionais que a utilizam alguns cuidados básicos:

• Não há necessidade de aumentar o volume de rádio ou a intensidade ao se tocar um instrumento musical. O importante é a forma como se expõe e se interage com a música. Observe as expressões da criança ou adolescente, e identifique as sonoridades que despertam mais a sua atenção e que promovem mais respostas comunicativas (como sorriso, vocalizações, movimentos corporais etc.).

• Não faça do seu gosto musical o gosto da pessoa com Rett! Saiba verificar e perceber se ela se mostra interessada e se procura comunicar-se voluntariamente com as músicas que lhes são apresentadas.

• Não queira que ela aprenda a manipular um instrumento musical de maneira habitual, mas a auxilie a tocá-lo da forma que ela pode. Desenvolva brincadeiras e formas diferenciadas de manejá-los, despertando respostas afetivas e mesmo motoras. A sensação de estar tocando e de estar integrada à experiência musical gera muito prazer e motivação à criança ou adolescente com SR.

• Não utilize sempre os mesmos CD’S e DVD’S. Procure apresentar novas canções, mesmo que ela pareça não se interessar inicialmente. É importante diminuir a resistência ao novo.

• Não use apenas canções infantis. Acompanhe o crescimento da pessoa pois, apesar da SR, ela também se desenvolverá física e emocionalmente, e com certeza haverá grandes mudanças nas suas preferências musicais.

• Não pense que a pessoa com Rett não seja capaz de cantar. Observe se, durante uma audição musical, ela apresenta vocalizações e procure acompanhá-la, reforçando esse comportamento. Isso também é cantar!

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