Fonoaudiologia

A Fonoaudiologia também é imprescindível para pessoas com Síndrome de Rett. Assim como a Fisioterapia, esta intervenção pode ser necessária ao longo de toda a vida.  

Na Fonoaudiologia, as intervenções devem ser pensadas em duas vertentes: a vertente motora, para qual de destaca os cuidados relativos à disfagia, e a vertente comunicativa.

Nem sempre o mesmo profissional é o melhor nas duas vertentes.
No que concerne ao sistema sensoriomotor oral e às funções neurovegetativas, as avaliações fonoaudiológicas devem enfatizar a sucção, a mordida, a mastigação, a deglutição e a respiração. Muitas vezes, o fonoaudiólogo é o profissional que primeiro percebe os sinais e sintomas de refluxo gastroesofágico na pessoa com Síndrome de Rett, e, nesses casos, deve encaminhá-la ao especialista imediatamente.

Os objetivos da terapia fonoaudiológica voltada para a vertente sensoriomotora incluem o aumento de tonicidade e movimentação dos órgãos fonoarticulatórios, a promoção de sucção eficiente (canudos e copos), a promoção de deglutição eficiente de sólidos, líquidos e pastosos, o estímulo de selamento labial (repouso / alimentação) e o controle de sialorreia (baba), dentre outros objetivos que sejam mais específicos a cada criança.

O Fonoaudiólogo deve estar sempre atento a sinais de surgimento e agravamento de disfagia, que impactam na habilidade da pessoa em se alimentar e se hidratar de forma suficiente e segura, trazendo riscos relativos à aspiração de alimentos e bebidas.

No que concerne à comunicação, a avaliação de base consiste em observar e identificar as possibilidades comunicativas, como olhar, piscar, balbucios, palavras, frases isoladas e outras reações da paciente que possam ter função comunicativa.

A intervenção deve visar, então, a promoção de instrumentos de comunicação, para que a paciente demonstre suas vontades, desejos e incômodos. Pode-se promover mudanças de expressão facial e corporal e controle de olhar da paciente, para que se distingam os comunicativos dos não comunicativos. Deve-se incentivar critérios de escolha (como “Sim x Não”) com objetos concretos ou fotos.

É importante que o fonoaudiólogo saiba avaliar as possibilidades reais de implantação de programas de Comunicação Alternativa e Aumentativa e que saiba aplicá-los efetivamente.

Ressalte-se que é fundamental, em toda e qualquer terapia, e mesmo em toda e qualquer atividade realizada em casa ou na escola, que as ações sejam sempre contextualizadas em situações de interação, e que se promova a nomeação, a identificação e o reconhecimento de pessoas, objetos e ações.

O trabalho a ser realizado pelo fonoaudiólogo depende da condição de cada criança. Mas, de modo geral, há atividades que NÃO são recomendadas:

  • Ao trabalhar com linguagem, não se deve expor a criança a várias figuras ao mesmo tempo. A atenção à figura é intencional, e o nível de compreensão é de 60% com no máximo quatro figuras de cada vez. Esse trabalho deve ser estimulado diariamente.
  • Não se deve conversar com as pacientes em tom e linguagem infantilizados, pois usar o nome adequado das palavras ajuda a estimular a linguagem e a comunicação.
  • Hiperventilação e apneias são os eventos respiratórios mais frequentes na sintomatologia da disfunção respiratória na SR. A hiperventilação é a alteração primária, e a apneia é um componente secundário e compensatório. Sabendo desses problemas respiratórios encontrados em grande parte das crianças com a síndrome, orienta-se às famílias e aos profissionais para que não alimentem a paciente durante tais manifestações, ainda que leves, pois o resultado pode ser a broncoaspiração dos alimentos.

Saiba mais sobre disfagia em https://www.youtube.com/watch?v=b4Kt77_nUuc

Saiba mais sobre comunicação alternativa em https://www.youtube.com/watch?v=_Of3KdkEhds

Acesse o Guia de Comunicação – Síndrome de Rett

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